terça-feira, 12 de março de 2013

Pietà, de Kim Ki Duk


Foi Leão de Ouro no ano passado e marca o regresso do Sul Coreano Kim Ki Duk depois de Breath. Pode-se concluir desde já que o realizador regressa em forma. Desafiante e transgressor como é hábito. Continua sem medo de filmar, e apesar de alguns percalços na fotografia (que em espaços dá a impressão de sofrer de algum descuido), mostra ter plena consciência daquilo que quer revelar, mas mais importante do que isso, do que decide esconder. É assim que cria tenção ou mesmo arrepio. É assim que nos desarma, que nos surpreende ou mesmo choca. Que nos revela uma dor maior que a que falsamente nos prometia. Mas nem tudo lhe corre na perfeição. As suas personagens já foram mais delicadas e complexas. Não que seja impossível vislumbrar a riqueza das que aqui nos apresenta, mas Kim Ki Duk parece ter pressa em lhes relevar os destinos. Coloca a narrativa à frente e é quando gostamos menos dele. Em todo o caso nunca chega a ser irrelevante e os aspectos positivos são suficientes para conseguirmos perdoar estes percalços.



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