domingo, 10 de março de 2013

Ace Attorney, de Takashi Miike


Digamos que não se pode pedir tudo. Miike veio para comprovar a expressão. A velocidade com que nos apresenta filmes é deveras impressionante. Dois, por vezes três, vem sendo a média anual do realizador japonês. Nesta cadencia não é de admirar uma certa inconsistência qualitativa. No entanto nada fazia antever o desastre que é Ace Attorney. Baseado numa série de jogos criados por Shu Takumi, o filme tenta a todo o custo transportar o mesmo tom do jogo. Mas cai no erro fatal de não saber distinguir os diferentes meios. Acreditamos que as intenções serão as melhores, mas rapidamente se torna claro que Miike parece mais preocupado com o jogo que com o filme. O visual cartoonish é só o elemento mais notório num conjunto de erros que inclui entre outros o desprezo pelas personagens (que não passam de bonecos sem sombra de humanidade) e o enredo simplório, caricatural. Seria este o objectivo do realizador? Provavelmente. Não deixa de ser um objectivo muito pobre e limitado.



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